Ele foi denominado como o primeiro cereal que o ser humano aprendeu a cultivar. A arqueologia revela suas primeiras descoberta e cultivo na antiga Mesopotâmia na Síria, Jordânia, Turquia e Iraque há mais de 8.000 anos. É uma gramínea cultivada em todo o mundo e que lidera o 2º lugar mundial em termos de produção de cereais. É um alimento básico usado para fazer farinhas que produzem pães, massas e até cerveja.
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O dia 10 de novembro é conhecido como o seu dia.
Estamos falando do Trigo.
O trigo está entre os alimentos consumidos há mais tempo pela humanidade, estimando-se que a sua utilização de forma regular entre os homens tenha se iniciado há mais de 5.000 mil anos. No início era explorado a partir de bases silvestres, mas o advento das técnicas agrícolas, ainda no período neolítico, confirma tanto esse cereal da família das gramíneas quanto o centeio, como os mais antigos aliados vegetais dos homens em sua luta contra a fome.
Com o advento de técnicas que permitiam aos homens obter seus próprios alimentos aliado aos procedimentos de domesticação e criação de animais foram decisivos para que a humanidade deixasse de ser nômade e se tornasse sedentária, criando suas aldeias, gerando o surgimento e aperfeiçoamento de uma produção artesanal regular e motivando ainda as trocas que redundariam no comércio. Pode-se certamente atribuir ao trigo um importante e decisivo papel nesse contexto de mudanças.
Era usual que os egípcios fabricassem a farinha que iriam consumir. Para realizar essa tarefa era comum que eles triturassem os grãos em almofarizes de pedra para depois realizar a moagem em blocos de pedra inclinados. Depois dessa etapa passava-se a farinha
Os hebreus foram igualmente consumidores do trigo. Essa planta faz parte de seus rituais sagrados ao lado do vinho, do azeite, do mel e do leite. Compõe em terras do Oriente Próximo (ou Ásia Menor) um dos elementos básicos da alimentação local tendo como parceiros o fruto das oliveiras, os laticínios produzidos a partir de ovelhas e cabras, o néctar dos deuses extraído das uvas e ainda algumas frutas como os figos e as romãs.
O consumo de trigo e uvas tornou-se entre os gregos e romanos um diferencial entre civilização e barbárie. Tanto os habitantes dos Bálcãs quanto os da península itálica utilizavam a agricultura e a capacidade de transformar os alimentos como elementos que comprovavam sua superioridade sobre os demais habitantes da Europa que continuavam a caçar, pescar ou ainda produzir na agricultura apenas o suficiente para sua subsistência.
Na esteira da urbanização verificada durante a baixa Idade Média e mediante o enorme sucesso granjeado pelo trigo perante os habitantes das cidades da Europa desse período ocorre à evolução de um importante veículo de difusão dos alimentos derivados desse cereal: as padarias.
Era comum que os padeiros da época produzissem três variedades do pão de trigo. Essa distinção tinha o claro objetivo de atender a demanda de diferentes substratos sociais medievais: a elite formada pela nobreza e pelos ascendentes burgueses; os funcionários públicos e proprietários de estreitas faixas de terra; e, por fim, uma variedade mais simples destinada ao populacho, à ralé nos conformes da época. A panificação virou uma arte nos dias de hoje e utiliza vários produtos para que novos produtos sejam criados e se tornem itens de consumo diário. Nesse cenário de crescimento do setor, o trigo continua sendo o item mais importante e regular, mesmo diante da concorrência de novos produtos vindos da América ou dos demais continentes, o advento de tecnologias e equipamentos que revolucionaram a produção agrícola a partir da Revolução Industrial do século XVIII e XIX permitiu a expansão das áreas de plantio na Europa e, alguns anos ou décadas depois, nas outras regiões do planeta.
Não só as terras cultivadas aumentaram de extensão como também a produtividade se expandiu, atingindo níveis cada vez mais altos a partir das novas incorporações de insumos a produção no campo. A expansão permitiu que as fronteiras alimentares se expandissem enormemente e que alimentos típicos de regiões de diferentes climas, relevos ou tradições agrárias se disseminassem mundo afora. O que poderia significar a diversificação dos hábitos de consumo de alimentos, entretanto não aconteceu. A tendência a consolidar e expandir o domínio de alguns alimentos sobre a grande maioria foi o que se verificou. Os alimentos civilizacionais como o milho, o arroz e, principalmente, o trigo foram os que se espalharam e criaram verdadeiros impérios onde estão no comando até os dias de hoje. Deve-se ainda destacar que entre todos eles, a primazia mundial ainda é do trigo.
Mosaico do século V, localizado no solo de uma antiga igreja e mosteiro em Tabgha, na costa norte do mar da Galiléia, próxima da região onde Jesus discursou sobre o pão da vida para 5 mil pessoas. (Mosaici finissimi (V secolo). Chiesa tenuta da Francescani Tedeschi. Moltiplicazione dei pani e dei Pesci [Marco 6,34-44]. Famoso mosaico dei pani e dei pesci simbolo dell'eucarestia).
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Shirley Santos é consultora de Marketing Empresarial e Gastronômico,
Gestora Gastronômica, Escritora e Blogueira.
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