Expectativa é alcançar em torno de 200 mil toneladas ao ano em vendas ao país asiático, que é o maior consumidor do produto no mundo
O Brasil começará a exportar carne suína para China neste ano, informou nesta segunda, dia 11, Marco Tulio Cabral, primeiro-secretário da embaixada brasileira na China. Cabral, que discursava em um fórum, não mencionou um prazo específico. O ministro da Agricultura, Wagner Rossi,está no país asiático com a presidente Dilma Roussef. Eles negociam também o comércio de outros produtos do agronegócio.
Marco Túlio Cabral também afirmou que o Brasil negociou com o governo chinês por um longo tempo sobre a questão dos embarques de carne suína, mas não entrou em detalhes. O governo chinês aprovou inicialmente três frigoríficos brasileiros. O Ministério da Agricultura pretende habilitar mais estabelecimentos.
– Se a gente conseguir o critério de equivalência que o sistema chinês aceita o sistema brasileiro como equivalente ao deles, a gente poderá chegar a 26, num curto a médio prazo – afirmou Octávio Cançado, diretor de Assuntos Sanitários do Ministério da Agricultura.
A China é o maior consumidor do produto no mundo, sendo responsável por metade da demanda. No entanto, quase todo o consumo de 50 milhões de toneladas é suprido pela produção local.
Ainda assim, o país asiático deverá importar cerca de 480 mil toneladas em 2011, segundo previsão do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que estima alta de quase 15% frente ao ano passado. A indústria brasileira comemorou a abertura do mercado suíno.
– A gente vem trabalhando há mais de seis anos, e hoje veio a notícia de que eles já abriram o mercado e autorizam três plantas a exportar para lá. É um mercado grande que deve importar 480 mil toneladas – disse Jurandir Machado, diretor de Mercado Interno da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).
A expectativa é alcançar em torno de 200 mil toneladas ao ano em exportações. Para o economista José Luiz Pagnussat, o início das vendas representa um avanço nas relações comerciais entre os dois países.
– É um indício de que há um espaço grande de exportação de produtos elaborados. Ou seja, nós temos mercado potencial grande de produtos elaborados na China. Nós precisamos explorar isso e podemos explorar em negociações bilaterais como estão acontecendo agora.
Outra visita
A comitiva brasileira recebeu também a confirmação de que uma missão chinesa estará em maio na Bahia e em Alagoas para inspecionar a produção de tabaco. Atualmente, apenas o Rio Grande do Sul exporta o produto ao país. No mesmo mês, outra equipe de técnicos deve visitar lavouras de milho, com interesse em ampliar as compras do grão.
– Eu penso que muitas outras negociações que estão começando poderão acontecer com resultados positivos. Com isso, a presidente vai voltar com boas notícias para todos nós, e deve implementá-las a curtíssimo prazo – afirmou Wilson Almeida, coordenador de Relações Internacionais da Universidade Católica de Brasília (UCB).
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