Fusão depende de aprovação da Anatel e ainda não esclarece o destino das marcas da operadora de longa distância e da celular
A Embratel e a Claro, controladas pela América Móvil, deverão ser fundidas numa só empresa nos próximos dois meses, conforme matéria publicada nesta quarta-feira, 26, pela Folha de S.Paulo.
A união entre as operações depende de aprovação prévia da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e pode acabar com a marca "Embratel", já que a Claro é a marca da América Móvil para cerca de 15 países na América Latina.
Claro e Embratel não comentam a eventual fusão, iniciativa que partiu, ainda segundo o jornal, diretamente do dono da América Móvil, o mexicano Carlos Slim Helú. "Há uma tendência mundial de consolidação das operadoras.
Conforme as empresas ganham mais musculatura com a oferta de mais de um serviço - banda larga, longa distância, voz -, mais sinergias terão ao consolidar as operações", afirma o analista de telecomunicações da IDC, João Paulo Bruder. Para o analista, o interesse da América Móvil em unir as operações de telefonia fixa e móvel da empresa no Brasil significa gastar menos, fazer ofertas melhores aos clientes, reduzir o churn (troca voluntária de operadora) e aumentar a receita média por assinante (ARPU, na sigla em inglês).
"As operadoras, ao se unirem, acabam com a taxa de interconexão entre as duas diferentes redes (Claro e Embratel). De quebra, há uma redução do churn porque, ter vários contratos (telefonia fixa, móvel, banda larga) com a mesma operadora significa que é mais difícil migrar para outra empresa. E isso vale tanto para o cliente corporativo quanto para o residencial. E mais de um serviço na mesma operadora equivale, ainda, a aumento da receita média por assinante (ARPU)", diz Bruder.O analista explica, ainda, que para a operadora custa menos (ou seja, redução de Capex) ter apenas uma rede porque pode fazer uma melhor gestão da base de clientes, com um só call center, um só sistema de billing etc. Por fim, cai também o custo de manutenção de redes porque uma rede maior é mais barata (para manter) do que duas redes separadas, ou seja, dá à operadora unificada a possibilidade de negociar com mais escala com os prestadores de manutenção de rede.Além da junção entre Claro e Embratel, o empresário Slim detém, no Brasil, o controle de 49% do capital da NET, de TV por assinatura.
Embora a NET não esteja inclusa no projeto de unificação (51% do controle da empresa são da Globo), a América Móvil, de acordo com a Folha de S.Paulo, tem a intenção de adquirir o controle da operadora de TV paga.
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