Após vencer, em novembro de 2010, com um surpreendente lance propondo 63,3% de deságio sobre o valor máximo da tarifa, e arrematar sozinho o Rodoanel Sul e Leste na licitação realizada, assumindo um trecho de 105 quilômetros que exige um investimento de R$ 4 bilhões em construção e o pagamento de R$ 370 milhões em outorga ao governo do Estado, deixando de fora do páreo os demais dois consórcios – as construtoras de médio porte Serveng e Encalso, e a CCR, líder nacional do mercado de concessões – e ser consagrada como pedra no sapato de grandes grupos do setor de infraestrutura desde que vendeu sua divisão de carnes para a JBS em setembro do ano passado, e decidiu concentrar os recursos da operação nas áreas de energia e transportes; agora enfrenta a imagem em preto e branco deste cenário colorido. |
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Os controladores e a alta direção do Grupo Bertin passaram três dias da recente semana fechados em reuniões com o objetivo de desatar o nó relativo ao pagamento da licença para construção e concessão do Rodoanael Sul-Leste de São Paulo. Na última segunda-feira, a empresa conseguiu mais 30 dias para a quitação do débito de R$ 370 milhões. Resolveu apenas parte do problema. A questão agora é de onde tirar os recursos necessários para levar o negócio adiante. Além da busca de financiamento em mercado, a família Bertin estuda a venda de ativos do grupo. São dois os caminhos cogitados: a negociação de licenças para a construção de usinas em poder da própria Cibe Participações, que venceu a licitação do Rodoanel, ou a venda da Bertin Cosméticos. Neste último caso, não falta candidato. Nos últimos meses, a Hypermarcas fez uma investida para ficar com a divisão de cosméticos do grupo.
A quitação da licença permitirá ao Bertin iniciar as obras de construção do Rodoanel.
Mas não livrará a família do maior dispêndio que a aguarda: o investimento de mais de R$ 4 bilhões para a implementação do trecho Leste – a parte Sul já está em operação. A Bertin deverá sofrer mais do que o habitual para conseguir crédito.
A empresa carrega uma imagem negativa na área de concessões públicas. No ano passado, sofreu para pagar à Aneel as licenças obtidas para a construção de usinas geradoras, imbróglio este que resultou no rompimento da sociedade entre os Bertin e a Equipav.
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