Negócios & Oportunidades: Os bons negócios na melhor idade

Empresas despertam para o potencial de consumo da chamada terceira idade brasileira


Algumas empresas já perceberam. Outras começam a investigar. Mas boa parte ainda não se deu conta do potencial de consumo dos cidadãos brasileiros da chamada terceira idade. Com significativa participação na composição de renda familiar, maior disponibilidade para o consumo e uma evidente mudança de comportamento graças ao aumento na qualidade e expectativa de vida, o número de pessoas com mais de 50 anos já é maior do que 21 milhões, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD - 2008).

A perspectiva, segundo o IBGE, é de que em 2020 o Brasil contabilize 29,3 milhões de cidadãos de terceira idade, que juntos somarão renda de R$ 25 bilhões.

Atentos a essa inevitável tendência de mercado que se desenha, alguns institutos de pesquisa se empenham em detalhar o comportamento dos que estão sendo chamados "novos velhos" e preparar empresas de diversos portes para atender as necessidades específicas dessa parcela da população. É esse o caso da Somatório Pesquisas, que concluiu recentemente o Painel Data Sênior 2009.

Em parceria com a recém-lançada Brasil Data Sênior & Comunicação, a pesquisa indica, por exemplo, que os cidadãos alocados hoje na terceira idade são cada vez mais ativos e escolarizados. Apesar de apenas 22% dos 1.523 entrevistados ainda fazerem parte do mercado de trabalho, 93% possuem renda em razão das maiores garantias previdenciárias.

A composição familiar também sofreu modificações por causa das transformações na pirâmide da sociedade. Segundo o estudo, 40% dos domicílios mapeados são compostos por casais maduros e sem filhos ou viúvos e separados que vivem sozinhos.

Esses cidadãos, no geral, são mais propensos a consumir do que a poupar e estão cada vez mais em busca do "viver melhor".

De acordo com Arthur O'Leary, fundador da Brasil Data Sênior & Comunicação, no entanto, apesar da evidente ruptura com os antigos moldes, a imensa maioria das empresas com atua­ção no Brasil não está suficientemente atenta em cativar esses novos consumidores. "Um dos dados mais importantes da pesquisa mostra que apenas 25% dos entrevistados acreditam que os produtos e serviços hoje ofertados são adequados às suas necessidades", aponta. "Por isso, depois de atuar­ minha vida toda em agências de publicidade, decidi montar a Brasil Data Sênior & Comunicação para chamar a atenção das empresas para a urgência de começar a acompanhar e entender o comportamento desse consumidor, que, muito em breve, será ainda mais representativo", destaca O'Leary.


Oportunidades


Entre os hábitos cotidianos desses consumidores seniores, assistir à televisão é comum a 98% dos entrevistados, 91% vão a supermercados, 84% frequentam bancos e 70% passam algum tempo em farmácias.

Outro dado importante dá conta de que a maioria é ativa, sendo que 45% praticam esportes e mais de 70% se consideram bastante saudáveis. Segundo Paulo Carramenha, diretor geral da GfK Brasil, salvo alguns segmentos de mercado que já oferecem serviços e produtos voltados a esses consumidores, a maioria ainda não acordou para a real oportunidade que o crescimento dessa população representa para os negócios. "Perto do potencial identificado, a demanda ainda é bastante pequena.

Um sinalizador de que esse ainda é um desafio para marcas e para quem pensa a comunicação é que trabalhamos no levantamento de uma nova edição do Panorama da Maturidade e estamos com dificuldade em encontrar patrocinadores", relata Carramenha.

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